Cordel

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Cordel por Andreza S. Cruz Maynard

A literatura de cordel é a publicação de versos populares em pequenas brochuras. A denominação é portuguesa e refere-se aos folhetos impressos e expostos à venda num barbante sustentado por cavaletes; daí o nome “literatura de cordel”. No Brasil, a mesma é produzida no Nordeste desde a segunda metade do século XIX. Os cordéis podem registrar relatos históricos, notícias de crimes, usos e costumes, tradições e lendas herdadas pela tradição oral. As estrofes mais comuns são as de 6, 8 e 10 versos. Os cordéis podem ser ilustrados com desenhos chamados de xilogravuras. Sua difusão no Nordeste é atribuída à prática comum de cantadores que improvisam versos. Em Aracaju, a Biblioteca Clodomir Silva, localizada no Bairro Siqueira Campos, conta com uma sala destinada exclusivamente para essa literatura, abrigando uma vasta produção de centenas de cordéis, como também ocorre no Museu da Gente Sergipana. Aracaju já foi, e continua a ser, um tema retratado pelos criadores de cordel. Durante as comemorações dos aniversários da cidade, é comum que surjam novos cordéis em homenagem à data, 17 de março. A história da mudança da capital, locais como a Colina do Santo Antônio, os mercados centrais, as praias, os rios, aspectos da cultura e outros fatos se transformam em poesia rimada no fazer dos cordelistas. Por ocasião dos 165 anos de Aracaju, o cordelista Chiquinho de Além Mar compôs o cordel “Aracaju, cidade de todos nós”. Segue um trecho da composição:

(...) Na Colina Santo Antônio, Onde tudo começou, Saudações ao mestre Pirro, Que foi quem a projetou, Num tabuleiro de xadrez, A cidade transformou.

Das cidades projetadas, Aracaju foi a primeira, A caçula do Nordeste, Deslumbrante a cidade inteira, Tranquila e aconchegante, Uma terra hospitaleira. (...)

A data de 19 de julho é o Dia Municipal do Cordel em Aracaju. Essa forma de literatura popular tem crescido e já tem uma agremiação: a Academia Sergipana de Cordel, fundada em 19 de julho de 2017, com 37 cadeiras,tendo como patrono o itabaianense João Firmino Cabral. No ato da instalação da Academia Sergipana de Cordel, a cordelista Izabel Nascimento tomou posse como presidente, e a vice-presidência foi assumida pela cordelista Maria Salete Nascimento.

Para saber mais:

CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário de Folclore Brasileiro. 9 ed. São Paulo: Global Editora, 2000.

http://cordeldobrasil.com.br/v1/

http://www.cantodomeucordel.com/

https://expressaosergipana.com.br/academia-de-cordel-e-instalada-em-sergipe/