Rua da Aurora

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Rua da Aurora

por Marcelo Santos

A antiga rua da Aurora, localizada no centro da cidade de Aracaju, em Sergipe, concentrava atividades econômicas, políticas e culturais importantes para o desenvolvimento do estado. Foi a primeira rua da cidade, criada em 1855. Atualmente, recebe o nome das avenidas Ivo do Prado e Rio Branco, conhecidas popularmente como Rua da Frente. Trata-se de um “corredor frenético", no qual uma variedade de lojas e serviços são disponibilizados à população, absorvendo, inclusive, uma mão de obra considerável. Ao longo do seu trajeto, os frequentadores podiam ver os pousos e decolagens dos hidroaviões, esportes náuticos e procissões que ocorriam no rio Sergipe. Os prédios tombados, ao longo de sua extensão, representam vestígios das memórias e histórias da capital sergipana; dentre eles, podem ser citados o casarão da Família dos Rollemberg, a Ponte do Imperador, o Antigo Atheneu Dom Pedro II, a Delegacia Fiscal e a Antiga Alfândega. Ao longo da Aurora, podemos destacar duas edificações tombadas pelo Governo de Sergipe: a Delegacia Fiscal, antigo Paço Provincial, cuja construção teve início no governo do Presidente da Província Inácio Barbosa (1853-1855) e foi concluída na administração de Salvador Correia e Sá (1856-1857); e a Antiga Alfândega de Aracaju, uma construção da segunda metade do século XIX, localizada na Praça General Valadão. As duas edificações representam a concentração de atividades políticas e econômicas que podiam ser registradas na antiga rua da Aurora. Na rua da Aurora, práticas econômicas e culturais eram vivenciadas por diversas classes sociais, em hotéis, casas comerciais, bares e locais de diversão. Pode-se evidenciar, por exemplo, o Avenida Hotel, Hotel Brasil, Hotel Sul-Americano e os clubes Legionário e Vaticano. Os hóspedes do Avenida Hotel, situado entre as ruas Laranjeiras e São Cristóvão, pertenciam à classe média e eram atraídos pelo ambiente familiar proporcionado por sua proprietária, Dona Rosinha Valente, em meados do século XX. Também nesse período, os aracajuanos e visitantes podiam frequentar, no primeiro andar de um prédio, o Clube Legionário, considerado reduto de boêmios. No Clube, intelectuais, profissionais liberais e rapazes endinheirados, por exemplo, participavam de festas, como o carnaval, festejos juninos e o Natal. O Vaticano, por sua vez, era um espaço social integrante do circuito da zona de prostituição, frequentado por diversas classes sociais compotas por operários, canoeiros, soldados e marinheiros, entre outros.


Para saber mais:

CABRAL, Melo. Roteiro de Aracaju. ª ed. Aracaju: Banese, 2002. Documentário: Aurora: memórias de uma rua Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mtYlSYLb1sU . Acesso e 27 de março de 2021. MELINS, Murilo. Aracaju Romântica que eu Vivi: anos 40 e 50. Aracaju: Gráfica Unit, 2007.