Loira do A Franco (lenda urbana)

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Loira do Augusto Franco (lenda urbana)

por Dilton C. S. Maynard

A Loira do Augusto do Franco é uma lenda urbana surgida em Aracaju em meados dos anos 1980. O caso motivou inquérito policial e, além de ter sido destaque na imprensa, anos depois, em 2018, foi tema do quadro “Reza a Lenda”, exibido pela TV Sergipe. Pelo que se sabe, a Loira sempre aparecia à noite e, por um bom tempo, tornou-se o tormento dos moradores, sobretudo dos motoristas que circulavam no Conjunto Augusto Franco, na zona Sul de Aracaju. Conforme alguns relatos, vestida de branco, longa cabeleira e buquê nas mãos, a tal assombração surgia na forma de uma moça muito bonita, loira e sedutora. Ela não costumava falar, apenas apontava para onde queria ir. Há menções à sujeira do barro do cemitério em suas vestes e de seu pedido para ir direto à sua morada no cemitério São João Batista, zona Oeste de Aracaju. A moça de poucas palavras apenas apelava para ser deixada “perto de casa”. A carona silenciosa, ou cliente discreta, quando o caso ocorria em um táxi, pedia para descer por haver chegado ao seu destino nas imediações do cemitério. Se em garupa da moto, esvanecia sem que o condutor percebesse. Também há relatos de pedido para ser deixada em frente a uma determinada residência do Conjunto Augusto Franco, na qual uma antiga moradora havia sido vítima de acidente de trânsito fatal naquelas imediações. Por outro lado, alguns diziam que a entidade era o espírito da noiva de um aviador, morta de forma trágica. Como o aeroporto internacional Santa Maria ficava nas proximidades do Conjunto, ela perambulava por ali, na busca do amado. O tempo dos festejos juninos era o preferido da loira para aparições. Nesses dias, taxistas evitavam trabalhar até tarde da noite, deixando clientes para uns poucos colegas céticos. Aumentavam os casos de gente que afirmava tê-la visto, em meio à escuridão, caminhar pelas ruas do Augusto Franco. Apesar disso, ninguém jamais fez um registro da assustadora moça em vestido branco. A única foto conhecida é fruto da criatividade de um fotógrafo do jornal aracajuano “Folha da Praia", que colocou um colega de peruca e algodão nas narinas para ilustrar a capa em matéria especial sobre o caso. Nesse caso, a única loira fotografada era, na verdade, um homem bem vivo. Taxistas, mas também motociclistas e motoristas de veículos de passeio, afirmaram que a bela moça, muito perfumada, transformava-se numa caveira horrível ao fim da viagem e sumia. Versões dessa lenda foram contadas muitas vezes, em alguns casos, de forma bastante conveniente. Falar do assombro tornava mais difícil explicar às esposas ou namoradas os fios dos cabelos nos bancos dos carros, o cheiro forte de perfume deixado pela loira, nunca pelas amantes, em seus corpos... De um modo ou de outro, o mistério em torno da Loira do Augusto Franco segue pelo século XXI, longe de ser solucionado.

Para saber mais:

CAVALCANTE, Amaral. A loura era o Benedito. Disponível on line via http://istoesergipe.blogspot.com/2013/10/lenda-urbana-loura-do-augusto-franco.html. Acesso em 02 jan 2021. MOTA, Elson. ‘Reza A Lenda’: terceira temporada da série estreia nesta quarta, 19, no SE2. Disponíevl on line via: https://redeglobo.globo.com/se/tvsergipe/noticia/reza-a-lenda-terceira-temporada-da-serie-estreia-nesta-quarta-19-no-se2.ghtml. Acesso em 02 jan. 2021