Lampião

From
Jump to: navigation, search

Lampião

por Andreza S. Cruz Maynard

Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, foi um cangaceiro famoso. Ele nasceu em Serra Talhada, Pernambuco. Sua data de nascimento, 07 de julho de 1897, de acordo com o registro civil, e 04 de julho de 1898, segundo a certidão de batismo, é alvo de polêmica. Depois que seu pai foi morto pela polícia, em 1919, Lampião jurou que iria se vingar e passou a ser um dos bandidos mais temidos nos sertões nordestinos à época. Lampião era alfabetizado, usava óculos e era muito disciplinado. Os homens que o acompanhavam em seu bando eram de sua confiança e usavam cavalos para viajar de uma cidade para outra. Usavam trajes confeccionados em couro, chapéu, lenço de seda, camisa de tecido, calças e perneiras, cantis, apito, bornal, anéis, luvas, sandália e cinta com munição. As armas e munição eram roubadas da polícia, mas também podiam ser adquiridas através de um fazendeiro ou comerciante. Lampião era devoto do Padre Cícero Romão Batista, com quem se encontrou em 1926, em Juazeiro do Norte, Ceará. Padre Cícero entregou a patente de capitão a Lampião, para que ele lutasse contra a Coluna Prestes. O cangaceiro esperava ser respeitado pelos policiais, mas como isso não ocorreu, ele continuou praticando crimes. Há registros de que Lampião e seu bando invadiam cidades, saqueavam o comércio local, humilhavam moradores, violentavam mulheres e combatiam a força policial. Os jornais da época publicavam anúncios oferecendo recompensas em dinheiro para quem capturasse Lampião. Em 1930, ele conheceu Maria Bonita, que passou a ser sua companheira e com quem teve uma filha chamada Expedita Ferreira. No dia 27 de julho de 1938, Lampião e seu bando acamparam nas proximidades do Rio São Francisco, na Fazenda Angicos, localizada no sertão de Sergipe. O local de difícil acesso foi considerado um esconderijo seguro. Mas o bando havia sido denunciado e a polícia, chamada de volante, foi à procura dos cangaceiros. Por volta das 05h da manhã do dia 28 de julho, o bando estava cercado. Poucos escaparam com vida. Lampião e Maria Bonita foram mortos ali mesmo. As cabeças dos cangaceiros foram arrancadas, expostas em várias cidades e examinadas por médicos nos estados de Sergipe e Bahia.

Para saber mais:

CHANDLER, Billy Jaynes. Lampião, o rei dos cangaceiros. Trad. Sarita Linhares Barsted. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980. PERICÁS, Luiz Bernardo. Os Cangaceiros: ensaio de interpretação histórica. São Paulo: Boitempo, 2010.