Espelho D’Água (filme)

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Espelho D’Água (filme)

por Andrey Augusto Ribeiro dos Santos


Espelho D’água: uma viagem no Rio São Francisco é um filme brasileiro, lançado em 2004, dirigido e escrito por Marcus Vinicius Cesar. Foi ganhador de dois prêmios no Festival do Audiovisual de Pernambuco, do troféu Margarida de Prata, conferido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e sua produção foi patrocinada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASP). O filme traz a história de Henrique (Fábio Assunção), um fotógrafo em crise em relação ao seu trabalho e que resolve viajar pelo São Francisco para concluir um álbum de fotos sobre a região. Em paralelo, Celeste (Carla Regina), namorada de Henrique, tenta fazer uma visita surpresa ao seu parceiro amoroso, se desencontrando com ele e decidindo, na companhia de Abel (Francisco Carvalho) e sua querida canoa Sidó, viajar pelo Velho Chico para encontrar seu namorado. Inicialmente, a produção foi pensada como um documentário pelo seu diretor, instigado pela riqueza cultural, paisagística e pelos problemas ecológicos que o Rio São Francisco vinha enfrentando. Após cerca de quatro anos de pesquisas com material coletado em livros, sebos, bibliotecas locais e relatos orais, Marcus Vinicius Cesar aceitou incorporar um tom de ficção ao seu projeto, recomendação da produtora Carla Camurati, o que permitiu o uso das histórias e causos com os quais ele teve contato. O trabalho de pesquisa feito pelo diretor também o auxiliou na escolha e preparação das locações de filmagem daquele que foi o seu primeiro longa-metragem. Assim, o filme acompanhará a personagem Celeste em sua viagem, que a levará, junto ao espectador, a conhecer lendas, crenças, superstições, danças, folguedos, costumes, hábitos locais e festas religiosas da região do Rio São Francisco. Além disso, traz imagens poéticas do rio e das populações ribeirinhas, tendo sido filmado em localidades como Penedo, em Alagoas; Bom Jesus da Lapa, na Bahia; Neópolis e Santana do São Francisco, em Sergipe, com a população e artesãos locais tendo sido inseridos em algumas das suas cenas como figurantes. Assim, a partir dessa viagem pela cultura e paisagens que circundam o Rio São Francisco, a produção buscou trazer uma reflexão sobre os danos sociais, culturais e ambientais que podem advir da negligência em relação à preservação do Velho Chico. Os impactos ocasionados pelo homem a esse ecossistema já vinham sendo discutidos há muito tempo e estavam no centro dos debates à época do lançamento dessa produção, graças às discussões referentes ao projeto de transposição e revitalização do rio.

Para saber mais:

ARAÚJO, Nerivaldo Alves. O Velho Chico e suas bordas culturais: as vozes poéticas da canoa Sidó e outras personagens fantásticas do Rio São Francisco no filme Espelho D’água. Anuário de literatura, Florianópolis, v. 26, p. 01-13, 2021.

MAGNO, Maria Ignês Carlos. O filme como pretexto para estudar o Brasil do Espelho D’água. Comunicação e Educação – Revista do Departamento de Comunicações e Artes da ECA/USP, v. 11, n. 3, 2006.