Cine Guarany

Cine Guarany

por Liliane Costa Andrade

Inaugurado em 1938 pelo empresário Augusto Fernandes Luz, o Cine Guarany, em Aracaju, à rua Estância, nº 1043, esquina com a avenida Pedro Calazans. Apesar de estar situado no centro da cidade, assim como os cinemas Rio Branco e o Rex, o novo empreendimento não era considerado bem localizado, o que gerou desconfiança por parte do público. Pairava a crença de que um cinema de qualidade não teria razões para ser inaugurado em uma região menos nobre da cidade. Apesar das desconfianças, o Guarany tornou-se um dos mais apreciados espaços cinematográficos da cidade, devido à sua programação e à sua estrutura física, que chegou a ser comparada com os grandes cinemas do Rio de Janeiro, então capital do país. O espaço foi considerado belo, com uma ventilação adequada às exigências sanitaristas, composto por setores luxuosos, aparelho cinematográfico perfeito e impecável registro sonoro. O estabelecimento era dividido em dois espaços: a parte térrea, composta fileiras de cadeiras; e o piso superior, também conhecido como “Geral”, composto por bancos sem encosto. Essa diferenciação de ambientes influenciava diretamente no valor dos bilhetes, de maneira que os ingressos da “Geral” eram mais baratos que os das cadeiras. Tido como um dos mais queridos e aconchegantes cinemas de Aracaju, o Guarany era frequentado por pessoas de diferentes classes sociais. Seu funcionamento contribuiu para impulsionar o desenvolvimento do local no qual estava instalado e para expandir a região central da cidade, a partir de melhorias urbanísticas nas áreas próximas, tendo em vista a grande circulação de pessoas que frequentavam o cinema, fechado em 1962.

Para saber mais:

ANDRADE, Liliane Costa. Os cinemas do Rio de Janeiro e de Aracaju na II Guerra Mundial. In.: “Hollywood Declara Guerra”: análise comparada da divulgação dos filmes antinazistas norte-americanos nos jornais do Rio de Janeiro e de Aracaju (1942-1945). 181 f. Dissertação (Mestrado em História Comparada). Programa de Pós-graduação em História Comparada, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 2021, p. 75-104.

MAYNARD, Andreza Santos Cruz. Os cinemas em Aracaju durante as décadas de 1930 e 1940. In.: De Hollywood a Aracaju: a Segunda Guerra Mundial por intermédio dos cinemas (1939-1945). 220 f. Tese (Doutorado em História) - Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista. São Paulo: 2013, 77-110.

MELLINS, Murilo. Cinemas. In.: Aracaju romântica de vi e vivi: Anos 40 e 50. 4ª ed. Aracaju: UNIT, 2011, p. 133-148.