Aníbal Benévolo (embarcação)

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Aníbal Benévolo (embarcação)

por Maria Luiza Pérola Dantas Barros

Navio brasileiro de cabotagem, comandado pelo Capitão-de-Longo-Curso Henrique Jacques Mascarenhas Silveira, destinado ao transporte de cargas e passageiro, foi torpedeado pelo submarino U-507, em 16 de agosto de 1942, no estuário sergipano, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O navio foi completado em abril de 1905, nos estaleiros da Reiherstieg Schiffswerfte & Maschinenfabrik, em Hamburgo, na Alemanha, mesma cidade onde seria construído o U-507, em 1940. Em 1931, foi renomeado Aníbal Benévolo, nome que ostentou até o seu afundamento onze anos depois, em homenagem ao tenente do exército e revolucionário de mesmo nome, morto em novembro de 1924, durante a revolta tenentista que eclodiu no Rio Grande do Sul, a qual daria origem, meses depois, à Coluna Prestes. Não estava longe da terra – apenas 7 milhas náuticas, aproximadamente 13 km, na altura da foz do Rio Real, que faz a divisa dos estados da Bahia e Sergipe, e navegava, desarmado e sem escolta, com as luzes dos salões e camarotes apagadas, conservando-se acesos apenas os faróis de navegação, conforme determinação das companhias. Eram aproximadamente 4h da manhã do dia 16 de agosto, quando ele foi atingido por um torpedo na popa e, em seguida, por outro que acertou a casa de máquinas. Ambos fizeram o pequeno navio de cabotagem soçobrar em dois minutos. Como era de madrugada, a maioria dos 83 passageiros estava dormindo, e não teve tempo de sair dos alojamentos. Também não houve tempo de lançar nenhuma baleeira à água. Todos os passageiros morreram — entre os quais, 16 crianças –, provavelmente muitos ainda a bordo dos camarotes que, de repente, foram tomados pela água.

Para saber mais: SANDER. Roberto. O Brasil na mira de Hitler: a história do afundamento de navios brasileiros pelos nazistas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.